A semana começa com
uma brusca variação na condição climática. Semana passada foi tranquilo fazer
os treinamentos outdoor. O tempo seco favoreceu bastante e a temperatura ficou
quase sempre amena. Hoje, quando acordei às 6h30, olhei pela janela e pude ver
que a escuridão da noite relutava em partir. Chovia, ainda por cima. Optei por
correr próximo ao meio dia, buscando a hora mais quente. E foi mesmo –
120. Apesar de ter comprado
dois novos tênis, preferi um mais surrado pra encarar o lamaçal. A respeito dos tênis
zero bala que estão na fila de espera pra serem pisados, falarei em outro post.
O velho pisante que usei hoje é o mesmo que corri a maratona do Ironman. Comprei
ele na feirinha do Iron de 2015. Uma de minhas cadelas entendeu que ele era uma
espécie de brinquedo pra afiar os dentes e destroçou as palmilhas. E fez um
buraco na lateral do calçado relativo ao pé esquerdo. Resolvi não comprar novas
palmilhas e passei a correr sem elas. Adorei. Aos poucos fui incorporando a
caminhada descalça após meus treinos de corrida. Meu objetivo é intercalar
treinos de corrida descalços com treinos usando tênis. Já arrisco alguns trotes
descalços, mas insisto em ser cauteloso na mudança pra evitar lesões. Claro que
o ser humano é apto pra correr descalço, e que o tênis, por mais tecnológico
que seja, só aumenta o risco de lesão, mas de tanto correr calçado preciso me
readaptar a fazer isso sem os tênis.
Pra
encarar o frio, a chuva e a lama que encontraria pela frente, cuidei em me
agasalhar. Pernito, segunda pele e corta vento, além de boné e luvas,
ajudaram-me a criar coragem. O velho tênis escorregava aqui acolá nas descidas e
subidas ensaboadas das estradas de terra. “Gile, porque você não usa um modelo
de tênis cross, que tem solado antiderrapante?”, um colega pode estar me
perguntando. Primeiro motivo: não pago mais do que R$ 150,00 por um tênis de
corrida. Se for de passeio, pago. Mas pra correr?! Esses tênis cross custam uma
fortuna. Só pra você ficar ligado, semana passada comprei um tênis espetacular
por R$49,90. Segundo motivo: quero sentir o tênis escorregar no piso molhado. Trabalho,
assim, meu equilíbrio. Evito aterrissar com os calcanhares. Se o fizer, é queda
certa. Durante as descidas, principalmente, procuro os lugares mais firmes pra
pisar, o que me faz mudar a passada e alterar os estímulos. E correr assim fica
longe de ser uma coisa mecânica e monótona. “Mas um bom tênis ajuda no
amortecimento, né, Gile?”, o colega pode estar insistindo. Não, não ajuda em
nada. Amortecimento eu encontro no tendão. Um tendão forte vale mais do que um
caminhão de tênis de última geração. See you.
Salto alto é o ponto fraco desse pisante Resumo do treino (pra não perder o costume) |
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