segunda-feira, 19 de junho de 2017

Um tendão forte vale mais do que um caminhão de tênis de ultima geração

 
Com furo na lateral e sem palmilha
        A semana começa com uma brusca variação na condição climática. Semana passada foi tranquilo fazer os treinamentos outdoor. O tempo seco favoreceu bastante e a temperatura ficou quase sempre amena. Hoje, quando acordei às 6h30, olhei pela janela e pude ver que a escuridão da noite relutava em partir. Chovia, ainda por cima. Optei por correr próximo ao meio dia, buscando a hora mais quente. E foi mesmo – 120.  Apesar de ter comprado dois novos tênis, preferi um mais surrado pra encarar o lamaçal. A respeito dos tênis zero bala que estão na fila de espera pra serem pisados, falarei em outro post. O velho pisante que usei hoje é o mesmo que corri a maratona do Ironman. Comprei ele na feirinha do Iron de 2015. Uma de minhas cadelas entendeu que ele era uma espécie de brinquedo pra afiar os dentes e destroçou as palmilhas. E fez um buraco na lateral do calçado relativo ao pé esquerdo. Resolvi não comprar novas palmilhas e passei a correr sem elas. Adorei. Aos poucos fui incorporando a caminhada descalça após meus treinos de corrida. Meu objetivo é intercalar treinos de corrida descalços com treinos usando tênis. Já arrisco alguns trotes descalços, mas insisto em ser cauteloso na mudança pra evitar lesões. Claro que o ser humano é apto pra correr descalço, e que o tênis, por mais tecnológico que seja, só aumenta o risco de lesão, mas de tanto correr calçado preciso me readaptar a fazer isso sem os tênis.
 
Só assim pra encarar
            Pra encarar o frio, a chuva e a lama que encontraria pela frente, cuidei em me agasalhar. Pernito, segunda pele e corta vento, além de boné e luvas, ajudaram-me a criar coragem. O velho tênis escorregava aqui acolá nas descidas e subidas ensaboadas das estradas de terra. “Gile, porque você não usa um modelo de tênis cross, que tem solado antiderrapante?”, um colega pode estar me perguntando. Primeiro motivo: não pago mais do que R$ 150,00 por um tênis de corrida. Se for de passeio, pago. Mas pra correr?! Esses tênis cross custam uma fortuna. Só pra você ficar ligado, semana passada comprei um tênis espetacular por R$49,90. Segundo motivo: quero sentir o tênis escorregar no piso molhado. Trabalho, assim, meu equilíbrio. Evito aterrissar com os calcanhares. Se o fizer, é queda certa. Durante as descidas, principalmente, procuro os lugares mais firmes pra pisar, o que me faz mudar a passada e alterar os estímulos. E correr assim fica longe de ser uma coisa mecânica e monótona. “Mas um bom tênis ajuda no amortecimento, né, Gile?”, o colega pode estar insistindo. Não, não ajuda em nada. Amortecimento eu encontro no tendão. Um tendão forte vale mais do que um caminhão de tênis de última geração. See you.

Salto alto é o ponto fraco desse pisante

Resumo do treino (pra não perder o costume)

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