Hoje a planilha mandava pedalar 150k, e correr 12k. Acordei
às cinco da manhã, pois pretendia inaugurar a Via Amiga do Ciclista. Acreditem,
paisanos e paisanas desse Brasil véio dominado por políticos inescrupulosos, a
Avenida Beira-Mar Norte estaria com um trecho fechado para carros e liberado
para bicicletas. São pouco mais de dois quilômetros, tudo bem, mas pra uma
cidade que nunca se preocupou em proteger a integridade física dos pedalantes
já é alguma coisa. Não tinha chuva na Daniela. Não tinha, do verbo mais tarde vai cair um toró. Saí de
casa pouco depois das 5h30, e meia hora depois estacionava a Kombathlon próximo
ao local onde as assessorias estavam montando suas tendas.
O asfalto molhado me deixou cabreiro. Não gosto de fazer
longo de bike na chuva. É muito arriscado. O tempo fechado e a escuridão não me
deixaram muito animado e esperei o dia clarear pra eu iniciar o aquecimento na
Avenida que àquelas alturas era só para as bikes. Pra ser bem exato, às 6h27
comecei a pedalar. Eu e mais uma meia dúzia de três ou quatro abnegados. Por volta
das sete horas começou a chegar mais uns vinte. Entre sete e oito horas a
galera foi chegando com força. Já passava das oito quando quase caí da bike ao
ver uma montoeira de bicicletas posicionadas para invadir o circuito. Pense num
enxame. Em seguida o toró vadio obrigou-me a abortar o treino. Eu e mais uma
galera. Ficamos de papo até que a via fosse reentregue aos automóveis. Já estava
indo pra casa quando decidi, com meu parceiro Lamartine Falleiro, retomar o
pedal indo para a SC-401. Convidamos outro atleta da Iromind, Arley AC/DC, pra
ir conosco. Pra quem não conhece o Arley, AC/DC significa Antes da Clarinha e
Depois da Clarinha. Clarinha é a filhota do nosso amigo.
Tenho muita dificuldade em fazer pedal como o de hoje – para,
retoma, para de novo. Lá para as tantas o Arley concluiu seu treino e continuei
na companhia do Lamartine. Aí a chuva chegava, melecava a gente e ia embora pra
voltar minutos depois. Uma chata. Em determinado momento, com fome e me
arrastando, chamei Lamartine pra entrar numa loja de conveniência porque eu
precisava comer. Eu até levava gel, mas queria comida salgada. Paramos num
posto de gasolina em Canasvieiras e matei quem tava me matando. Quatro pães de
queijos, um Nescau e uma coca foram meu almoço. Mesmo assim, fiquei bem feliz
quando cheguei de volta à Beira-Mar. Somando os três trechos foram 149,23km na
magrela. Ufa, acabou. Guardei a bike na Kombathlon e saí pra correr. Apesar de
chegar me sentindo moído, fiz uma corrida firme. O último quilômetro,
inclusive, corri pra 4’25. Será que foi o efeito do pão de queijo? Hahaha.
Amanhã, pela primeira vez no ano, minha planilha indica Off. Será o Armageddon?
Resumo do treino
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