quinta-feira, 6 de abril de 2017

Com raiva, sem raiva



        Quinta é dia de pedalar e nadar. Isso quando você não tá coordenando obras. Porque você acorda às 6h30 e toma café pensando que vai rolar um treino de bike cedo. Depois, faz o que tem pra fazer e chega ao clube a tempo de encaixar a natação. Tsic, tsic, tsic. “Seu Gilead, a madeira veio cortada errada e precisa ser ajustada”, foi o que o encarregado do serviço me disse logo após meu desjejum. Ih, lá se foi meu pedal. Lá se foi a manhã. Quando chego  na madeireira pra reclamar meus direitos de consumidor, sou obrigado a ouvir do vendedor que “o corte na madeira foi feito de acordo com o que o senhor pediu”. Procurando manter a calma, apesar de mais uma noite mal dormida, informo que eu havia levado um modelo com as dimensões a serem observadas. “Pois então, seguimos o modelo que o senhor nos passou”, retrucou o moço, que àquelas alturas já me parecia insolente. Minha raiva vem de baixo pra cima. Começa pela unha do dedo mindinho, caminha por cada centímetro dos pés e segue seu rumo até a cabeça chata de nordestino. Antes que ela atingisse o joelho, fiz uma proposta ao carinha. Sim, porque agora ele nem era mais vendedor e muito menos moço; era um carinha. Vamos fazer o seguinte, meu amigo – e se chamei de amigo é porque a raiva passou do umbigo -, vamos olhar o modelo que te passei, se você fez de acordo com ele, pago em dobro o que já paguei, mas se não tiver, você me devolve o dinheiro e faz os ajustes. Aí o dono do estabelecimento, que já me conhece de longa data e se precisar me vende a empresa confiando só na minha palavra, entra na conversa e diz: “não, a coisa não funciona assim; não precisa ver nada, vamos fazer os ajustes, sim”. E minha ira, que estava bem próximo do pescoço, fez o caminho de volta até a unha do mindinho.

         Tinha combinado com meu amigo Pezão pra que ele revisasse minha bike para o TH3 de domingo, e por isso obriguei-me a ir pra natação na Kombathlon. Precisei de duas horas pra percorrer 65km, graças aos reparos que estão sendo feitos na BR-282. Cheguei, todavia, a tempo de pegar o treino desde o início. Não sei se é psicológico ou não, mas pra mim funciona assim: dormi mal, treinei mal. E por estar dormindo mal toda a semana, tenho a impressão que os treinos estão sendo uma porcaria. O que não falei para meus amigos da Iromind nem para meu coach Roberto Lemos é que o treino de hoje seria decisivo pra eu tomar uma decisão. Caso não conseguisse treinar devido as dores, desistiria de competir no Paraná neste fim de semana. Mesmo com desconforto, finalizei o treino. Então, que venha o TH3. E o fim de semana será decisivo pra eu resolver se faço ou não o Ironman Brasil no final de maio. Se eu conseguir completar o TH3 e não precisar recorrer a remédios, faço o Iron; se não, desisto da prova em prol de minha saúde. Vamos ver no que vai dar. O que não deu mesmo hoje foi o pedal, infelizmente. Agora é descansar pra domingo. See you.


2 comentários:

  1. Padrão Roberto teu dia! Só que comigo acontecem estas coisas quase que diariamente. Hoje foi clonagem de cartão com compras em lojas virtuais de cervejas...o danado me comprou 1200 reais de cerveja...fdp...pior é ter q resolver isto em viagem pela estrada, onde o celular não pega em alguns trechos... mas pelo menos meu treino foi realizado normalmente.. o garmi q insiste em não atualizar o site..hahahaha.. abraço e boa sorte em caiobá.

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  2. Hahaha. Aí é pra acabar, bicho. Grande abraço. E cuida desse Garmim.

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