domingo, 12 de março de 2017

Mar revolto e vento nervoso na primeira prova do ano da Fetrisc

Pense num mar mal encarado
         Primeira prova do ano no calendário da Fetrisc, o 25º Triathlon de Garopaba foi uma pedreira. Como deve ser uma boa prova, vamos combinar. Quando os atletas chegaram na beira da praia, o mar cumprimentou a galera com um retumbante “o que vocês querem aqui?”. E disparou uma saraivada de ondas pra assustar quem tá acostumado a nadar em piscina. A competição, válida como seletiva para o campeonato brasileiro de sprint triathlon, era super desejada pela turma e ninguém iria arregar por conta de um liquidificador hipe/super/extra gigante instalado dentro d’água. Na bike, o vento que ajudava na ida castigava na volta e deixou a perna de muita gente arrebentada. Na hora de correr, a moçada sentiu pra caramba. “No fim das contas, a prova foi boa, Gile?”, você deve estar me perguntando. Cara, foi uma prova redonda. Parabéns para a Federação que deu um show. Entre os atletas, não ouvi ninguém reclamando. E não reclamar, meu chapa, no triathlon é um tremendo elogio. Meu objetivo era a vaga pra o Brasileiro e consegui. Independente do resultado, como é bom ver os amigos, a camaradagem e amizade que encontramos no esporte. Depois de tudo, já em casa e sabendo da comilança do meu parceiro Rafael Pina, que mais parecia uma forrageira, fui obrigado a dizer-lhe que não vou convida-lo pra almoçar na minha casa, não. Tu é doido, rapá. O bicho nadou feito um tubarão, pedalou como um passista, correu como um queniano e comeu feito um dragão. Deurmilivi. hahaha
 
Com as meninas que escreveram esta semana no blog - Juju (35) Márcia(41) Cris (37) Edith (39)
         Para fechar a semana destinada às mulheres aqui no blog, vou publicar um relato de duas atletas que escreveram esta semana neste espaço – Natália Calliari e Ana Cristina.

Com a Natália Calliari
Natália Calliari

Hoje quando cheguei na cozinha, às 3h20, para tomar café da manhã, li o recadinho que meu companheiro tinha deixado para mim no quadrinho de recados. Dentre outras coisas, ele me escreveu: Treino difícil, prova fácil. É verdade. Mas não foi o que aconteceu hoje… O mar estava tão desafiador que desacreditei das minhas habilidades e deu vontade de desistir.No momento da largada, deixei de ser racional e entrei no modo automático. O mantra era: Foca na boia, respira e vai. E foi isso que eu repeti para mim durante toda a natação. Quando saí da água, estava desnorteada, trocando as pernas, como se tivesse passado a noite em um bar (rsrsrsrsrs). Disseram que a minha cara estava impagável, pena que não tem foto (por enquanto)! Fiz a transição bem lentamente, ainda me recuperando do trauma e comecei a pedalar.
Logo de cara encontrei com a Marcela, que por causa do facebook, sabia que era namorada de um conhecido e que não era da mesma categoria que eu. Fizemos uma boa dupla e a parte do ciclismo rendeu! Percebi minha evolução no pedal. Andei clipada sem ficar tensa, coloquei e tirei a sapatilha em cima da bike… Foi show! Pequenas vitórias que elevam a autoconfiança. A transição da corrida foi bem mais rápida. Ainda tive a cara de pau de gritar para um amigo que também estava na T2: Simbora!!! Não é casamento, é triathlon!!! (rsrsrsrsrs) Que folgada…

Minha corrida não foi das melhores. Estava cansada mesmo, e na segunda volta comecei a sentir cãibras no interior da coxa. Duas das árbitras que estavam na corrida são minhas amigas e quando elas me incentivaram a correr mais rápido, reclamei da dor. Nisso passou um dos meninos (super fofos) da escolhinha de TT de São José e falou para mim: Está todo mundo com dor. Continua firme! As palavras dele me deram uma injeção de ânimo. Uma criança me dando uma lição de motivação. Fiquei encantada com tanta fofura. Terminei a prova em um pouco mais de 1h30. Não era o que eu tinha planejado, mas como essa semana está fora de controle, fiquei feliz por ter saído viva do mar. Espero que a semana que vem se comporte e fique dentro da planilha! (rsrsrsrsrsrs)


Largada feminina
Ana Cristina


Eba, primeira prova de triatlo do ano. Garopaba, lugar pra lá de especial, místico, uma energia maravilhosa. Adoro ir lá, e pelo segundo ano consecutivo fazer a prova com uma novidade - a família. Marido e filhos pela primeira vez iriam assistir uma prova minha. Tudo estava conforme o planejado – kit, simpósio técnico cheio de atletas, a galera toda atenta. A princípio seria exatamente igual ao ano passado. Tudo tranquilo, uma noite maravilhosa uma lua espetacular. Tudo na mais perfeita ordem. Então, me preparando para os ajustes finais, tudo pronto, aparece no jornal nacional a previsão do tempo. Era de ventos fortes, chuva e ressaca no mar. Foi aí que pensei: não vou me preocupar com algo que não depende de mim. Passei uma noite tranquila. Levantei as 5h10 e quando sai do quarto para tomar o café da manhã... surpresa!!!! O tempo tinha mudado. Realmente a previsão se cumpria - vento forte. E logo no café com os amigos da Ironmind, Edith, Márcia, e Fernando, já estávamos comentando que o vento mudou. Fui para a transição fazer o bike checkin. Tudo perfeito. Quando chego à praia vejo o mar bem agitado e com ondas. Eu até gosto, porque pegava onda e sempre gostei de surfar. A largada feminina foi a última. Quando largamos entrou uma série e lembrei bem os tempos de surfista. Vamos lá passar a arrebentação e tentar nadar. Foi o que fiz até a primeira boia. E pensei nos ensinamentos do Roberto Lemos - braçada alta. Foi o que fiz até a segunda boia. Quando fiz o contorno da segunda boia tive dificuldade porque as ondas me puxavam para o fundo. Chegando perto da Praia comecei a tentar pegar Jacaré para não tomar caldo e quase perdi meus óculos. Minha família lá, torcendo, eu estava super feliz e emocionada. A bike, minha modalidade que é mai desafiante, foi bem difícil. Era um vento que eu achava que estava parada. Nas duas primeiras voltas não consegui ficar clipada porque era muita gente e cada hora um pelotão me passava. Na terceira volta consegui encaixar melhor uma cadência e fiquei bastante tempo clipada. Isso me ajudou muito a vencer aquele vento. Ufa, terminei a bike. Mais uma vez empurrada pela família, comecei a correr. Aí me sinto em casa. Tipo assim: cheguei, tô feliz. Comecei a passar muita gente. Já comecei no pace que eu queria e tinha treinado para fazer. Estava tudo perfeito até que eu fui traída por mim mesma. Me confundi com as voltas, achei que tinha feito quatro voltas e na verdade tinha feito três.  levei como aprendizado a me focar em mim e contar direito às voltas. Valeu pelo aprendizado.



Apoio da família - Denise e meu cunhado Narbal

Com o parceiro Sandro, um almoço pra lá de bom



2 comentários:

  1. Parabéns aos atletas Ironmind oela participação na prova. As condições climáticas valorizaram ainda mais os resultados obtidos. A natureza segue o seu percurso e nós como participantes. Parabéns ao nosso animado amigo Gilead pelo resultado, à todos os outros que participaram da prova e as meninas Ironmind que mostraram toda sua garra.

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