Foi no rolo, mas foi um recomeço |
Depois de quase uma semana de molho, onde em alguns dias não
pude sequer sair da cama, o domingo chegou pra mudar o quadro. Foi, pra mim,
quase um Domingo da Ressurreição. Acordei disposto, sem dores e louquinho de
vontade de botar o esqueleto pra se mexer. Mandei mensagem pra o meu amigo e
médico Fábio perguntando-lhe se eu estava liberado pra fazer um pedal no rolo.
Enquanto a resposta não veio, fui cuidar do CT. Arruma uma coisinha aqui, acerta
outra ali, dá comida para as galinhas, espanta os gaviões que insistem em comer
minhas penosas... Isso até a hora do almoço. A chuva e os 160 da tarde
convidaram pra uma sessão Netflix. Por volta das 16h, Fábio me deu carta branca
pra pedalar. “Mas de leve, sem exageros”, ressaltou esse amigaço que o
triathlon me deu. E aqui abro um parêntese pra falar desse cara. Alías, já
havia comentado a respeito dele aqui. Esta semana, no entanto, ele se mostrou
muito mais amigo do que eu pensava. Estando no CT, e acamado, ficou difícil pra
eu descer a Floripa para procurar um médico credenciado ao meu plano de saúde.
Fábio assumiu o controle da situação, tomou conta como se eu estivesse
pagando-lhe cada minuto de tempo dedicado a mim. Entrava em contato nos três turnos,
acertava medicamento e me orientava pra que tudo ficasse dentro dos trilhos.
Obrigado, meu parceiro, você foi sensacional.
Botei a bike na sala, de frente pra varanda onde podia curtir
a chuva caindo na mata, e subi pra o recomeço. Olha, desde que comecei a
pedalar, em meados de 2014, nunca havia ficado cinco dias sem atividade física
intensa. Foi um sacrifício. Foi apenas uma hora de giro pra suar um pouco e
testar o motor, mas valeu. Agora é seguir ao poucos, aumentando o volume e
tentando achar o ponto onde parei. Minha próxima prova, o TH3 de Caiobá, dia
09/04, ficou comprometida, mas não tem problema. Usarei como um treino de luxo
pra o Iroman Brasil no dia 29 de maio. Até lá, espero estar recuperadíssimo e
pronto pra fazer o meu melhor. Como disse o filósofo alemão Friedrich Nietzsche:
“o que não me mata me fortalece”. E assim, saio mais forte desse período adoentado.
Com a mente mais encouraçada e sabendo que meu limiar de dor subiu alguns
metros.
Agradeço aqui a todos que me enviaram mensagens de
solidariedade, aos amigos triatletas que torceram por minha recuperação, ao meu
treinador e amigo Roberto Lemos, que procurou me confortar pra que eu não me
abalasse ao ver o projeto Iroman2017 sofrer tão duro golpe. Aos colegas da minha equipe Iromind, que se colocaram
a disposição para virem até minha casa pra o que fosse necessário. A todos
vocês, agradeço profundamente o carinho. E agradeço mais ainda a minha esposa,
Denise, que ficou ao meu lado todo o tempo, cuidando dos horários dos
medicamentos e me apoiando. Sem vocês, a dor teria sido ainda mais aguda. E
pense numa dor safada, essa provocada pela Herpes Zoster. Agora é levantar a
cabeça e partir pra cima, que dá tempo a correr atrás do prejuízo. Vlw.
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