domingo, 19 de março de 2017

O retorno

Foi no rolo, mas foi um recomeço
         Depois de quase uma semana de molho, onde em alguns dias não pude sequer sair da cama, o domingo chegou pra mudar o quadro. Foi, pra mim, quase um Domingo da Ressurreição. Acordei disposto, sem dores e louquinho de vontade de botar o esqueleto pra se mexer. Mandei mensagem pra o meu amigo e médico Fábio perguntando-lhe se eu estava liberado pra fazer um pedal no rolo. Enquanto a resposta não veio, fui cuidar do CT. Arruma uma coisinha aqui, acerta outra ali, dá comida para as galinhas, espanta os gaviões que insistem em comer minhas penosas... Isso até a hora do almoço.  A chuva e os 160 da tarde convidaram pra uma sessão Netflix. Por volta das 16h, Fábio me deu carta branca pra pedalar. “Mas de leve, sem exageros”, ressaltou esse amigaço que o triathlon me deu. E aqui abro um parêntese pra falar desse cara. Alías, já havia comentado a respeito dele aqui. Esta semana, no entanto, ele se mostrou muito mais amigo do que eu pensava. Estando no CT, e acamado, ficou difícil pra eu descer a Floripa para procurar um médico credenciado ao meu plano de saúde. Fábio assumiu o controle da situação, tomou conta como se eu estivesse pagando-lhe cada minuto de tempo dedicado a mim. Entrava em contato nos três turnos, acertava medicamento e me orientava pra que tudo ficasse dentro dos trilhos. Obrigado, meu parceiro, você foi sensacional.

         Botei a bike na sala, de frente pra varanda onde podia curtir a chuva caindo na mata, e subi pra o recomeço. Olha, desde que comecei a pedalar, em meados de 2014, nunca havia ficado cinco dias sem atividade física intensa. Foi um sacrifício. Foi apenas uma hora de giro pra suar um pouco e testar o motor, mas valeu. Agora é seguir ao poucos, aumentando o volume e tentando achar o ponto onde parei. Minha próxima prova, o TH3 de Caiobá, dia 09/04, ficou comprometida, mas não tem problema. Usarei como um treino de luxo pra o Iroman Brasil no dia 29 de maio. Até lá, espero estar recuperadíssimo e pronto pra fazer o meu melhor. Como disse o filósofo alemão Friedrich Nietzsche: “o que não me mata me fortalece”. E assim, saio mais forte desse período adoentado. Com a mente mais encouraçada e sabendo que meu limiar de dor subiu alguns metros.


         Agradeço aqui a todos que me enviaram mensagens de solidariedade, aos amigos triatletas que torceram por minha recuperação, ao meu treinador e amigo Roberto Lemos, que procurou me confortar pra que eu não me abalasse ao ver o projeto Iroman2017 sofrer tão duro golpe.  Aos colegas da minha equipe Iromind, que se colocaram a disposição para virem até minha casa pra o que fosse necessário. A todos vocês, agradeço profundamente o carinho. E agradeço mais ainda a minha esposa, Denise, que ficou ao meu lado todo o tempo, cuidando dos horários dos medicamentos e me apoiando. Sem vocês, a dor teria sido ainda mais aguda. E pense numa dor safada, essa provocada pela Herpes Zoster. Agora é levantar a cabeça e partir pra cima, que dá tempo a correr atrás do prejuízo. Vlw.

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