quarta-feira, 3 de maio de 2017

A difícil tarefa de abandonar uma prova - por Fernando Faria


Fernando terminando a natação e partindo pra pegar a bike

         O meu treino de hoje foi um longo de corrida – 26km.  O resumo está lá em baixo. Quem ocupará o espaço do blog hoje será meu amigo Fernando Faria, triatleta da Iromind. Natural de Santos (SP), Fernando tem 33 anos e começou a nadar quando tinha onze. Atualmente dando aula de natação, ele tem um histórico de maratonas aquáticas em piscina. No início deste ano, decidiu entrar para o agitado mundo do triathlon. O short triathlon de Garopaba, no início de março, foi sua primeira prova. Menos de dois meses depois, Fernando achou que era hora de fazer um olímpico. O lugar não podia ser melhor – em Jurerê, onde ele treina todos os sábados com a equipe. As coisas, infelizmente, não saíram como ele previu. Abandonar uma competição é doído demais pra qualquer atleta, embora seja um tanto quanto corriqueiro de acontecer. E Fernando conta pra gente como foi essa experiência.




         O domingo amanheceu frio e com o céu aberto, dia ideal para uma prova que para mim seria minha primeira prova longa, pois havia feito somente um Short Triathlon, metade do que eu iria enfrentar logo mais. Conversei com alguns amigos e estava na espera para pegar meu kit com meu técnico. Quando peguei, tratei de colocar meu número na bicicleta e entrei na área de transição. Aprontei minhas coisas e coloquei minha roupa de borracha, pois gosto de entrar na água antes da largada, para sentir o mar (temperatura, corrente marítima e visão das boias). A largada achei que foi mais tensa que Garopaba. Muitas pessoas tentando achar a melhor posição na água, aonde tiveram muitos contatos físicos. Tratei de mudar minha posição e seguir em frente na prova. No meio da segunda volta me deparo com meu técnico Roberto Lemos nadando ao meu lado e sigo-o até completar o percurso da água. Quando sai da água senti minhas pernas inchadas e meu tríceps direito também. Fui para transição, tirei a roupa rápido e peguei a bike para iniciar o percurso de ciclismo. 

         Já no primeiro retorno minhas pernas haviam voltado ao normal, mas senti que meu braço direito ainda estava ruim. Tentei relaxar soltando ele um pouco. Mas não adiantava, cada volta que eu passava meu tríceps ficava mais dolorido, até o ponto desta dor seguir para o cotovelo. Comecei a pensar em abandonar a prova, e isso era o meio da segunda volta. Tentei seguir, mas quando completei a  terceira volta não aguentava mais mudar de posição. Comecei a pensar nas pessoas que eu estaria decepcionando - minha esposa, meu técnico, minha equipe. Tudo começou a vir, mas senti que era o certo a fazer, pois estava com dores desde o início do ciclismo. Quando parei, falei com um amigo de equipe que havia furado o pneu na minha frente. Até pensamos em mudar de bike para ele seguir com a minha, mas o mesmo desistiu. Outras pessoas da equipe vieram conversar comigo, preocupados sobre o que havia acontecido. Foi bom saber que nós somos uma equipe forte dentro e fora das provas.
Depois que eu parei e fiquei com outras pessoas, passou pela minha cabeça que eu podia continuar. Mas saindo da posição da bike, e depois de ter passado pelo quiropraxista, minha dor havia aliviado e eu podia tudo naquele momento.

         Com a cabeça mais relaxada em casa, fiquei puto, irritado com o que havia acontecido comigo. Mas depois levei para o lado do aprendizado. Em toda prova quero aprender algo. Em Garopaba aprendi, em Jurerê também.  Agora o foco é voltar a treinar e seguir para próxima. Tenho a meia maratona de Floripa para fazer e triathlon no próximo semestre. A vida continua...


         É bem isso, amigo Fernando, aprendemos a cada prova. Nos veremos ainda em muitas competições de triathlon. Não dá numa, dá em outra. 

Resumo do meu longo de corrida de hoje




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