domingo, 2 de abril de 2017

Finalmente um longo na BR

Vestiário
         Depois de um mês, finalmente eu teria um longo de bike na BR. Meu parceiro Michel Bruggeman estaria me esperando no posto Maciambú, no município de Palhoça. Nesse período de treinos mais volumosos pra quem está se preparando pra o Ironman, triatletas de diversas equipes batem o ponto nesse local pra fazer longas distâncias em terreno plano. Não chega a ser totalmente plano, mas é quase. Acordo às 5h30 e a chuva no CT do Gile não tá dando moleza. Aí começa a troca de informações com outros triatletas que estão se deslocando pra o Maciambú. “Chove forte em Jurerê”, diz um. “Em São José, chove, mas é fraco”. Uma galera havia combinado de largar às 6h30, então chegaram bem cedo. Um deles avisa que “não tá chovendo aqui no Maciambú”. Era a senha que eu precisava. Desci, preparei minha omelete, tomei uma xícara de café com leite e zarpei. A chuva não dava trégua durante toda a viagem. Chegando na BR-101, a chuva ficou tão intensa que passei a dirigir bem devagar. Sim, porque não adiantava ter pressa. Eu não sairia com aquela tromba d’água. Foi quando Michel me ligou informando que estavam me esperando – ele e outros colegas da Time.




         Quando cheguei ao posto, só Michel continuava me aguardando. E não chovia. Troquei de roupa feito um Fórmula-1 e pegamos a estrada. Logo a frente alcançamos o amigo Roberto Waigartnen com uma turmas. Foi quando uma das caramanholas do Michel resolveu cair. Segui, pra não esfriar, num ritmo mais fraco até que ele me alcançasse. Ele trouxe o Roberto junto. Seguimos, os três, por cerca de dez quilômetros e o pneu do Belga Furou. Michel disse pra gente continuar. Ele trocaria, seguiria até completar 45km e retornaria. Como eu iria até perfazer 60km, no retorno eu o encontraria – do verbo “nunquinha”. Segui papeando com Roberto e ele me disse que havia comprado um pneu vindo direto de saturno. E que, além do pneu, tinha a famosa fita antifuro. Eu disse que não adianta, que a solução é usar um pneu por dentro do outro. Mas que os lojistas não gostam dessa ideia – claro, nunca mais vão vender câmara. Segui num ritmo firme, sem forçar muito, mas sem lerdar. Aos poucos, Roberto foi desaparecendo. Mas tarde, no watsupp, ele me disse: “Ô, boquinha, meu pneu furou”. Hahaha.


        A chuva chegava e voltava o tempo todo. Fiz o retorno depois de 61km rodados. Na altura do quilômetro oitenta, percebo que a bike tá pesada, que não consigo acelerar como vinha fazendo. Paro e dou um confere. O pneu dianteiro havia perdido pressão vazando pelo ventil. Dou uma mexida e o vazamento para. Sem câmara e sem bomba, segui fazendo força e evitando pedras, buracos ou desníveis que pudessem cortar a câmara. E fico torcendo pra não esvazia todo o pneu antes que eu chegasse ao posto. Quando faltavam 5km, pensei: agora pode esvaziar que vou correndo e empurrando a bike. Cheguei ao posto com as ultimas libras agonizando dentro da câmara. Quando parei e botei a mão no ventil, o restinho de ar se escafedeu. A chuva havia apertado e a Kombathlon mostrou-se, como sempre, funcional. Eu tinha um belo vestiário à disposição. Aí foi hora de entrar no posto e fazer um lanche. Foi um ótimo teste. Terminei inteiro e confiante de que posso fazer o TH3 no próximo fim de semana.

Resumo do treino
Distância: 123km
Tempo: 4h
Ritmo: 30,8km/h
Subida: 548m

Descida: 537m

Durante o treino tomei duas caramanholas de água com gengibre e consumi dois géis de carboidrato com três barrinhas de torrone. 

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