sexta-feira, 14 de abril de 2017

O treino foi bom ou foi ruim?

Em Laguna

         Adoro fazer longo de bike. O que não sou muito fã é de acordar às cinco da manhã e fazer o corre-corre pra estar no Maciambú às sete horas pra dar a largada. Pra quem não é da região, Maciambú é um lugar no município de Palhoça, na Grande Florianópolis. Nesta época do ano, triatletas que estão em fase final de preparação pra o Ironman costumam se reunir num posto de gasolina às margens da BR-101 e fazer seus longos de ciclismo. O asfalto no acostamento é limpo, largo e tem poucas entradas e saídas de pista. Sendo assim, podemos ficar mais tempo clipado. Mais uma vez fiz meu amigo Michel Bruggeman me esperar. No próximo treino tenho a obrigação de chegar no horário. Minha esposa me levou até lá e seguiu pra Floripa. Michel havia combinado de me levar em casa depois do pedal. O dia estava perfeito pra irmos até Laguna e voltar. Vinte graus e um céu límpido prometiam todas as condições pra gente se divertir. E foi bem isso que fizemos. Partimos às 7h25, de boa, trocando ideias. Pra variar, Michel furou o pneu. Hahaha. Aproveitei pra descansar enquanto ele fazia a troca. O vento era contra, mas fraco. “Na volta o vento vai estar a nosso favor, Gile”, lembrou meu amigo belga. Sussurrei só pra o meu ouvido esquerdo escutar: ‘tomara’.

Especialidade do Michel? hahaha

         Depois de setenta e cinco quilômetros, paramos na belíssima ponte estaiada de Laguna e fizemos as fotos pra o Facebook. Se não tem foto, amizade, é como se não valesse. Vamos combinar: não estamos mais na idade da pedra, fio. Se temos internet, porque não usar? Se podemos compartilhar nossos momentos, porque não fazer isso? A tecnologia nos fez celebridades, ao menos para um punhadinho de amigos. Hahaha. Quando fizemos o retorno, procuro o tal do vento favorável que Michel previra. O danado virou e ficou mais uma vez contra a gente. Não demorou muito e comecei a pagar o preço pelos dias sem treino, pelo TH3 e pelo desgaste da semana. A coxa esquerda começou a repuxar. Eu nunca havia tido câimbras. Nem em treino, nem em prova, nem em coisa alguma. Ela veio, porém. Procurei alongar enquanto pedalava. Quando melhorava e retomava o ritmo, a safadinha voltava. Depois de 110km, paramos num posto de gasolina. Aproveitamos pra relaxar, comer e nos hidratarmos. Na saída falei pra o meu parceiro: ‘bem que o carro poderia estar aqui’. Coloquei mais dois gatorade nas caramanholas e um saquinho de doce de leite no bolso da camisa. Olha, a volta foi sofrida. Ainda bem que a câimbra era só numa perna. Mas era um tal de dar câimbra, alongar, acelerar, voltar a câimbra, realongar... ui. E o doce de leite deu um certo ar de festa pra o corpitcho do Gile. Uma tentativa de acalmar o psicológico. Funcionou. Michel estava mais inteiro e veio na frente. Só depois me lembrei de que eu não tinha câmara de ar reserva. Se furasse, eu tava frito. Usar pneu duplo tem suas vantagens, tenho dito.

Ufa, acabou
         Até hoje, entretanto, nunca me perguntei ‘o que estou fazendo aqui?’. E ao fim de 154km eu descia da bicicleta e desligava o garmim. Se o treino foi bom ou não? O tempo dirá. Pra mim, com dor ou sem dor, rápido ou lento, treino é sempre muito bom. Embora alguns pareçam não ter rendido, eles sempre são proveitosos. Entramos na lanchonete do posto e voltamos à hidratação. O pior dos alimentos nessa hora é mais que bem vindo. Ah coca cola deliciosa. Um energético veio a calhar também. Depois, conforme combinado, Michel viajou até a Daniela pra me levar em casa. Pensei que ele estivesse pregado, mas quando recusou o almoço percebi que o cara tá forte. Valeu a parceria, meu brother.  "E onde tá a diversão que você falou no início, Gile"? Pô, foi divertido pra caramba. Ao meu jeito, claro. hehehe

Resumo do treino
Distância: 154,7km
Tempo: 5h16
Ritmo: 29,3km/h
Cadência: 76 rpm

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