Terceiro apesar dos apesares |
Horário de não verão tem suas vantagens. Hoje, por exemplo, acordei uma hora mais tarde pra
fazer o longo de pedal. Essa uma hora a mais, entretanto, cobrou um alto preço
no fim do treino de montanha. Cheguei ao posto Serra Mar, local tradicional de
encontro da galera que gosta da montanha, por volta das sete horas. E já havia
uma meia dúzia em ponto de bala. Outros ainda estacionavam seus veículos. Quase
todos fariam a costumeira ida a São Bonifácio. O Gui, Guilherme Cunha,
treinador da Just, combinara comigo de subirmos um pouco mais. De deixar o
pedal um pouquito mais difícil. Assim, deixamos a galera da Iromind seguir pra
os Alpes Sãobonifacenses e rumamos pra Anitápolis. Em termos de comparação,
quem vai pra São Boni pega os primeiros 15km todo de boa, com poucos aclives
facilmente vencíveis. Aclives e vencíveis é só pra dar uma rima. Hahaha. Já os
que se aventuram pra “Cidade de Anita” enfrentam, de cara, uma subida de 15km
pela BR-282 até o trevo de acesso a Rancho Queimado. Tem triatleta que se pela
de medo de pedalar pelo acostamento dessa BR, mas é de boa. Nunca soube de um
acidente com pedalantes nesse trecho. O medo, às vezes, é uma convenção boatada
(de boatos) de um atleta para outro. Quem não vai é que perde. O percurso é
ótimo pra triatletas que estão no período de base, precisando ganhar força.
Além de bonito, tem bom acostamento.
Galera saindo do posto em direção a São Bonifácio |
Treino,
gente boa, é o momento de errar. Não errar por errar. Errar tentando acertar. E
é o que estou perseguindo com minha alimentação. Mais uma vez, saio de casa em jejum. “Gile, você
vai ter um piripaque, vai desmaiar, vai morreeeeeeeeeeer. Sabe de nada,
inocente. Hehehe. Nos bolsos da camisa, levo duas bananas e uma maçã um pouco
maior que uma bola de gude. Ah danada pequena. Presas à bike, duas caramanholas
(garrafinhas) de água com gengibre – dica que peguei da nutri Janaína Porto
Alegre, esposa do meu amigo e parceiro Hévertom Quadros. Entre Rancho e
Anitápolis a paisagem se impõe pra encher os olhos de quem passa. Elevações de
um lado e de outro da SC-108, ricas em araucárias e cortadas por riachos convidativos,
parecem disputar o título de garota mais bela. Pra quem está pedalando, no
entanto, essas moçoilas são tições queimando a coxa. E queima mesmo, viu. É um
sobe e desce que não acaba mais.
Próximo de
Anitápolis, sou alcançado pelo Gui e pelo Lincon. E procuro persegui-los pra
ter uma boa referência e um melhor ritmo. Chegamos juntos na praça da cidade e
encontramos uma montoeira de motos. Era dia de corrida de MotoCross e a largada
seria bem na praça. Tratei de dar o fora. Antes, porém, fiz a foto da magrela
com as roncantes ao fundo. Nessa primeira metade do treino havia consumido meia
garrafinha de água e não tinha comido nada. Aproveito a parada e como a big maçã.
A volta já começa com uma subida dura pra caramba. No final da bendita, como
uma banana. Ao passar pelo pórtico do lugar, um carro de som anuncia trinta e
cinco picolés por um real. Os meninos adoraram a ideia. Preferi seguir sem o
açucão. Mais rápidos abriram distância e sumiram de minha vista. No quilômetro setenta, comi a outra banana. E comeria
dez, se dez eu tivesse. Depois de três horas e meia, eu não conseguia mais
acelerar nas subidas. Faltava potência. No plano e no falso plano, contudo,
rodava tranquilamente a 40km/h. É o tal aprendizado.
Quando cheguei
ao posto, com um sol torturador (Ui, tenho desprezo por torturador) na cachola,
e paro a bicicleta, chega o meu amigo Luska, da Just. Estava chegando de São
Boni. Lucas, a quem chamo carinhosamente de Luska, é um amigo/brother/irmão que o triathlon me
deu. Fingimos que estávamos bem e pousamos pra uma selfie. Hahaha. Tomo uns
goles de água e sentamos pra conversar. Percebi que a super maçã e as duas
bananas seguraram bem as 4h23’ pedalando. Se fosse no plano dariam um banho. Mas
pra subir eu precisaria de um reforço de carboidrato. Depois de um bate papo
pra lá de bom com o Luska, pego o carro e volto pra o CT. Chegando, tomo um
litro de leite gelado e como mais duas big/super/gigante maçãs. E o riacho de
água gelada me espera. O temporal é que foi meio sabotador. Meia hora depois
subi pra almoçar. Frango a três platôs era, acredite, o prato que eu mais
queria. E a dona Denise caprichou, viu. O resto do dia foi off. Não é isso,
amigo Pina?
O carro do picolé que salvou o Gui e o Lincon - hahaha |
A tarde,
Geovanny me informa pelo whats que foi terceiro colocado na Elite em Gaspar, no
Vale do Itajaí. Prova válida pelo Campeonato Catarinense de Ciclismo. Pra quem
teve que trocar de bike essa semana e recebeu uma bicicleta com o grupo bichado
e do tempo que minha vó era criança, foi um ótimo resultado. Ele corre pelo
Avaí, que passa por sérios problemas financeiros. Está com sete meses de
salários atrasados e na última terça feira foi chamado a Florianópolis pra
trocar de bike. E foi lhe dado uma bicicleta com um grupo bichado, do tipo que
nem um amador fraco quer usar. Dois erros grosseiros por parte da direção do
Avaí: fazer o rapaz usar uma bike na qual não treinou e deixá-lo com um
equipamento ultrapassado. Erros esses que até pode ser perdoado tendo em vista
a situação de penúria em que se encontra o Avaí. Parabéns, Geovanny. E o que
dizer pra o Avaí? Tscic, tsic, tsic. Vlw.
Resumo do treino
Distância: 105km
Tempo: 4h23'
Ritmo: 24km/h
Resumo do treino
Distância: 105km
Tempo: 4h23'
Ritmo: 24km/h
Altimetria:
2314m
Ida: 2h11
Volta: 2h12
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