Galera da Iromind presente ao evento |
Ela bem que poderia ser chamada de “Travessia do Fuzil”. Os organizadores
do evento, no entanto, deram-lhe a designação de “Travessia Baía Norte”. Trata-se
de uma prova de natação onde os atletas partem da Ilha de Anhatomirim, no
município de Governador Celso Ramos, e chegam à praia da Daniela, em
Florianópolis. “E porque cargas d’água você chama de Travessia do Fuzil, Gile?”,
você deve estar me perguntando. Porque foi
nessa ilha que, em 1894, o marechal Floriano Peixoto ordenou o fuzilamento e
enforcamento de seus adversários políticos. Juro a você, quando comecei a prova
lembrei-me dessa barbárie cometida pelo milico desequilibrado que chegou ao
mais alto cargo da política nacional. Bem, vamos falar do dia, vamos falar de
treino, vamos falar da travessia, pois, afinal, ela estava na minha planilha de
treino pra hoje.
Ontem eu até pretendia dormir na praia da Daniela, pois não
precisaria acordar tão cedo. Ah, mas é duro deixar de dormir com o barulho das
águas nas pedras que adornam o leito do riacho atrás da casa aqui no sítio.
Vou, não vou, vou... Não vou. Do verbo fiquei. Quando quero acordar muito cedo,
tomo bastante água antes de dormir. A bexiga cuida de me despertar. Por via das
dúvidas, coloquei o despertador em prontidão como backup. Cinco horas era o
programado. Faltando pouco mais de vinte segundos pra o bicho alarmar, a
cachorrada se alvoroçou e me acordou primeiro. Nem bexiga, nem celular, os
latidores foram mais eficientes.
Chegamos à Daniela por volta das sete horas e deu tempo pra
comer uma omelete acompanhada de café com leite. E corri pra pegar o kit da
competição. No meio da tarde, meu amigo Michael Bruggeman perguntou se eu havia
participado de uma competição ou de um desafio. Pra mim, caro leitor, se vale
medalhe é competição. Chegando, encontrei a galera da Iromind e o clima de
descontração rolou solto. Apesar de ser um evento pra nadadores, alguns
treinadores de triathlon colocam-na como parte do nosso treino. E, talvez por
isso, vamos mais solto, sem responsabilidade. Quem treina sério, entretanto,
quer ganhar. Não importa a prova.
Por volta das 8h30, nadamos até a escuna que nos levaria ao
antigo centro de tortura do militar citado no primeiro parágrafo. O lugar é
lindo por demais. Tem que ser muito degenerado pra matar pessoas naquele
paraíso. Chegando lá, saltamos da embarcação e ficamos na água esperando a
largada, que se deu às 9h13, segundo meu Garmim. Após 1h23, e 4.370m nadando,
completei a travessia. E cheguei junto com meu amigo Fábio Ribeiro, também da
Iromind. As condições do mar foram as melhores. A temperatura da água parecia
um sonho. A organização foi impecável, como sempre. Pra coroar o “treino”, um
quarto lugar mais do que bem vindo nessa que foi a primeira competição do ano. Puxando
um pouquinho de brasa pra minha sardinha: dos atletas da Iromind que fizeram a
prova, três foram ao pódio em suas categorias – Lamartine Falleiro, Márcia
Almeida e Eu. “Amanhã, vai ser outro dia”, já dizia o poeta. E é dia de longo
de bike. Então borá dormir.
Medalhaaaaa |
Com o amigo Fábio Ribeiro |
Depois da prova, alimento de verdade |
Resumo do treino
Resumo do treino |
Também peguei pódio, mas fui excluído da relação do Gile, snif...snif...
ResponderExcluirEita,que vacilo o meu, parceiro. Vou me redimir.
ExcluirParabéns, mas só uma correção o Rodolfo também pegou pódio ficou em 5 na categoria.
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