Carnaval de triatleta que leva os treinos a sério é puro
agito. Tem bike, natação, corrida, natação, bike, corrida, corrida, natação,
bike, transição, mais transição... Ufa. No CT do Gile foi assim de sábado até
hoje. No fim da tarde desta terça, os últimos visitantes se foram e deixaram só o
barulho da cachoeira. Despreocupado com o relógio, saí da cama por volta das
sete horas. Sandro, meu parceiro de treino e referência no triathlon, estava
saindo de serviço às oito horas e não chegaria aqui antes das dez. Chegou, sim.
Por volta das nove. “Vamos pedalar aonde, Gile”, perguntou. Vamos pra São
Bonifácio? Respondi com outra pergunta do tipo sugestão. “Bora”, não pensou
duas vezes. Àquela altura, sem uma nuvem no céu, imaginamos o calor que a
gente teria pela frente. Botamos as bikes na Kombathlon e seguimos até o posto
Serra Mar. Chegando ao Batlocal, encontramos os parceiros Mauro e Luska, da
Just, que já haviam terminado o treino. Pedal na montanha, mesmo sem apertar
muito o passo, é sempre doído. Com um sol de rachar o coco, então, é pra
fortalecer músculos e mente. Mais a mente, penso. Terminamos a peleia às 13h.
Pennnnnnnse num calor. Aí voltamos o mais rápido possível pra o CT.
Pennnnnnnnse num banho de cachoeira gostoso. Com direito a hidromassagem. E à
tarde assistimos um documentário pra lá de bom – The Barkley Marathons. E vimos
que temos muito a aprender o que é sofrer numa competição.
Charles depois do treino no CT do Gile |
Um amigo triatleta que esteve conosco no CT foi o Charles
Borges Costa, fisioterapeuta da CPH – equipe de Balneário Camboriú. Com 32 anos de
idade na cachola, o cara já foi campeão do Troféu Brasil de Triathlon, melhor
amador do Ironman Fortaleza, melhor amador brasileiro no mundial de Ironman de
Kona e melhor triatleta amador 2015 pela revista Mundo Tri. Charles usa o tempo
pra medir o volume de treino. Semanalmente, são dez horas de bike, quatro de
corrida, quatro de natação e duas entre musculação e pliometria. Sempre que se
vê parado, aproveita pra alongar. Alimentação depende o treino que ele faz. Pra
correr, come crepioca ou um pão sem glúten na chapa com manteiga e café. Pra suplementar,
polivitamínico, BCAA, glutamina e ômega 3. E durante a corrida usa gel de carboidrato.
No ciclismo, desde que não passe de duas
horas de pedal, come o mesmo que na corrida. Se for passar de três horas,
porém, ele bota pra dentro duas fatias de pão de milho ou de aipim com ovos
mexidos, café e suplementos. Ontem, no CT, antes do treino de transição – bike/corrida
– ele ainda adicionou bacon e salame. Durante a pedalada, toma Waxy Maize,
Gatorade e come paçoca. No pós treino, a criança faz um mix de iogurte, whey,
oleaginosas, amendoim, frutas secas e mel. Também gosta de tomar leite sem
lactose, whey chocolate em pó, café, mel e gelo – tudo misturado. Na hora de
nadar, Charles não dispensa a crepioca com pasta de amendoim e mel.
“Sempre me orientei com nutricionista”, explicou
Charles. “Desde o que te entope de suplementos até o que segue a linha mais
natural”, completou. “Hoje tenho minha dieta na cabeça, o que comer e a
quantidade. E isso vai depender do treino que faço. Gosto da ideia da dieta do
tipo sanguíneo, pois pra mim bateu muita coisa”, esclarece. Ontem, em plena
segunda de carnaval e se preparando para o TH3, ele pedalou três horas com
alguns estímulos em Z4 de 5’ depois correu 12km em Z1. Pra recuperação, o
triatleta costuma caprichar nos alongamentos, não dispensa as meias de
compressão, roller foam – que eu não tenho a menor ideia do que seja isso, se
morde ou se dá coice – bastão de liberação, botas pneumáticas, crioterapia e
contraste. Ah, e sempre que sobra tempo rola uma massagem. Obrigado pela
visita, por compartilhar teus treinos e tuas experiências conosco no CT do Gile
e pela parceira sempre muito bacana, Charles. Que venha o TH3, então. Aproveito
e fico por aqui. Amanhã tem tiros de corrida pra melhorar a velocidade. By, by.
Resumo do treino de bike
Distância: 67,6km
Tempo: 2h48’
Vm: 24,2km/h
Elevação: 1.255m
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