quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Usando gordura como fonte de energia

Mari competindo
         É verão no CT do Gile. Parece brincadeira, viu, mas o dia hoje foi de sol e calor por estas bandas. Depois de um café reforçado, fiz vinte e cinco minutos de bike no rolo. Reforçado quer dizer uma xícara e meia. E tive que botar a magrela em frente a porta, onde o vento estava mais animadinho. Aproveitei pra assistir alguma coisa útil no youtube. Se fosse um treino de bike no rolo isso não seria possível, pois eu precisaria estar atento às métricas. Sendo giro, porém, dá pra fazer outra coisa. Encerrada essa etapa, coloquei os tênis pra correr. Caso você diga “já sei, Gile, o tênis de R$69,90”, posso garantir que estou diante de um leitor fiel. Hahaha.  Trotei por 1,5km até o asfalto onde teria um intervalado pra fazer.

Instruções da planilha:
3X 4 KM C/ 2' 
1o TIRO RITMO MODERADO Z1-Z2  2o FARTLECK ( 400 M RITMO FIRME = Z3-Z4 / 600 MODERADO A SOLTO)  3o TIRO RITMO MODERADO A MÉDIO CONSTANTE = Z3 = FC 80-85%


O aquecimento não pode faltar
         Entre um tiro e outro, aproveito pra caminhar. Quando termino, libero os pés e sigo descalço por 4,3km. Desses, três foram no asfalto quente. Aos poucos a sola do pé vai engrossando. Antes de chegar em casa, por volta das 11h30, dei um mergulho no riacho, que com o calor e o sol ficou muito mais convidativo. Uma manga, duas laranjas e um pedaço de mamão garantiram autonomia até às 16h, quando fomos almoçar. Uma lasanha de berinjela mais do que deliciosa foi o banquete que eu precisava. E por falar em comida, quero compartilhar com você um pouco dos hábitos alimentares de pessoas ligadas ao triathlon. E lembro que nem só de massa e açúcar vive o atleta. Se liga aí:


         Meu nome é Mariana Lapa, tenho 31 anos, e sou triatleta da New pace. Meu apelido é Mari. Meus treinos são feitos na Grande Florianópolis, e atualmente estou me preparando para provas de Ironman 70.3.  Treino de uma a duas horas diariamente e nos fins de semana esse tempo aumenta pra até quatro horas.  A base da minha alimentação é simples: alimentos da forma mais bruta possível. Isso significa com nenhum ou muito pouco processamento. Praticamente não compro nada pronto. Se vou comer, ou tenho que cozinhar ou roer algo que não tenha necessidade de preparo. Mas o que me chama atenção é o furdunço que causa a restrição de carboidratos em praticantes de atividades físicas. A impressão que se tem é que carboidrato é a única fonte de energia para mover o nosso corpo, funciona muito bem para todo mundo e a restrição deste impactaria na performance. E mais, pode resultar em perda de massa muscular.

Sou apaixonada por esportes. Já fiz de tudo: ballet, esportes coletivos, atletismo, lutas, etc. Há algum tempo, cerca de 5 anos, comecei a correr e foi um vício sem volta. Comecei com aquele corre/anda/corre/anda e lembro até hoje quando corri 1,5km sem parar, me achando uma maratonista! E vieram os 5, 10, 21, 30 e a maratona e a vontade de correr cada vez mais. Junto a isso, sempre dei minhas voltinhas de mountain bike. E veio a speed e a contra relógio.

Retomei a natação que praticava quando era criança e  resolvi organizar (ou não) a minha bagunça esportiva vindo parar no triathlon. O engraçado é que, antes de começar a seguir um programa de treinamento, eu praticava esportes sem muita preocupação com pré treino, catabolismo, “quebra”, apenas me alimentava normalmente, sem exageros ou protocolos milagrosos. Nunca estive acima do peso, mas tinha um desejo de ficar mais leve para melhorar minha corrida. Procurei minha nutricionista, que me acompanha há uns 5 anos. Vou ao consultório umas duas vezes por ano para trocar ideias, fazer exames e ver se está tudo ok. Ela sugeriu uma redução (REDUÇÃO, não eliminação, sem terrorismo) no consumo de carboidratos. Tudo bem até aí. Mas o que me deixou chocadíssima, foi uma sugestão para os treinos pela manhã - utilizar gordura como fonte energética. ‘MEU DEUS, eu não vou aguentar, eu vou passar mal, eu vou cair no chão’. Ela insistiu que eu experimentasse e para  minha surpresa, trocar uma refeição pré treino por algumas oleaginosas e café pretinho foi perfeito para mim! Depois do treino faço uma refeição normal, sem excessos, como frutas e ovo mexido por exemplo.



O treino rende a mesma coisa, não preciso acordar mais cedo para fazer uma refeição e ainda aguardar a digestão. Além disso, a redução de carboidrato na minha alimentação me rendeu uma perda de 5% de gordura, sem alterações significativas na massa magra. Não acho que todo mundo tenha que adotar uma alimentação como a minha e também não acredito que exista um método milagroso nem nada semelhante, mas acredito que experimentar novas estratégias pode trazer boas alternativas em relação as recomendações tradicionais que nem sempre são adequadas para o nosso cotidiano e ao nosso organismo.  Acredito que quando utilizamos os alimentos da forma mais simples possível, teremos mais saúde e seremos menos escravos de prescrições dietéticas mirabolantes.


Lasanha de berinjela
         Parece que eu e a Mari estamos no mesmo time. Se você também acredita que há vida além do carboidrato, compartilhe comigo seus hábitos alimentares e publicarei aqui no blog. Na próxima quarta, quem vai contar pra gente um pouco de sua alimentação é a triatleta Ina Oestroem. Fique ligado. Vlw.


Resumo do treino

Bike/rolo: 25’
Trote: 1,5km
Corrida – 12k – 58’19”
Pace: 4’51”

Caminhada descalço: 4,32km

4 comentários:

  1. Respostas
    1. Vlw, parceiro. E quando vieres pra o lado de cá, vem tomar um café aqui no CT.

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  2. Legal Gile parabéns para Mari também adotando estilo de vida saudável

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