domingo, 5 de fevereiro de 2017

São Bonifácio não é fácil pra ninguém

 
Galera fazendo força na serra
         Quando estacionei a Kombathlon no posto Serra Mar, só vi triatletas da Iromind. Alguns ainda sonolentos, como o Pai da Clarinha, que brigava com uma bomba pra encher o pneu da bike. “Só dormi quatro horas, Gile”, disse entre um bocejo e outro.  Depois da tradicional foto da galera, chegaram outros parceiros que escalariam São Bonifácio conosco. Julinha estava entre eles. Ah, Julinha, ainda bem que estavas lá. Tem um pessoal da Iromind chateado com você, viu. Sei, entretanto, que foi por causa de um mal entendido e por isso saio em tua defesa. Daqui a pouco termino essa história. 
O Pai da Clarinha acordando
         De dois em dois a turma foi pegando a estrada. Esperei pra sair por último. Explico o motivo: nas competições, minha natação não é das melhores e preciso sempre dar um gás no pedal para escalar o pelotão, como se diz na gíria dos ciclistas. Faço isso nos treinos, então, pra fortalecer meu psicológico. Quando passei por Teresópolis, povoado que fica ao pé da Serra, as nuvens ainda se espreguiçavam por cima da vegetação informando que o sol vinha com gosto de gás.
 
Teresópolis, no pé da serra
         Minha planilha dizia que eu só tinha setenta quilômetros hoje. Fui, assim, alcançando os colegas que largaram na frente. Por fim, alcancei Julinha e Miranda no meio de uma subida. Passei por eles numa acelerada de final de montanha. Sempre dou uma sprintada nos últimos duzentos metros de um aclive. Rodolfo nos alcançou e seguimos assim até o fim da peleia. Quem não sabe como faço meus treinos pode achar que eu deixo os colegas chegarem pra depois “dar na cabeça”. Nem de longe, mô filho. É minha maneira de treinar. Interpretações, porém, são livres. E aí volto pra o caso da Julinha.
Julinha acelerou muito hoje na montanha
          Ela foi atleta da Iromind até o fim do ano passado. Em busca de um sonho, e precisando de um treinamento mais específico pra Elite, mudou para a CPH, equipe de Balneário Camboriú onde corre o melhor triatleta do Brasil – Igor Amorelli. Esta semana, Julinha postou em sua página do Facebook: “É, acho que eu realmente não sabia treinar”. Ih, rapaz, teve gente que não gostou e virou a tromba pra menina. Conversei com ela ontem na Praia da Daniela e só confirmei minha interpretação. Nem de longe essa atleta super esforçada e dedicada quis diminuir sua ex- equipe. “Capaz, se eu vou criticar a Iromind e o Roberto”, ponderou.  Acho que estamos tão ocupados em ver defeitos e equívocos no próximo que nosso índice de tolerância está ficando insuportável. Estamos cada vez mais azedos.
 
Irominds que estavam comigo na hora da largada 
Do meio pra o fim do treino o sol prometido pelas nuvens de Teresópolis veio com fé. Quando chegamos, entramos no restaurante do posto pra o tradicional bate-papo. Só a homarada. Uma penca de homens, gente fina. Pena que nem todos ficam pra esses momentos de confraternização. Nem todo mundo gosta de se irmanar. Alguns preferem o isolamento, de olhar de revesgueio pelo retrovisor do carro, de se separar. Outros são chicoteados pelo despótico relógio que não tolera o ócio produtivo. Por volta das onze horas já estava no CT. O cafezinho com leite das seis horas já caducara e o Gile precisava de combustível. Dois copos de leite in natura é melhor do que qualquer Way, mô filho. E se vem acompanhado de uma xícara de caldo de cozido, é quase um doping. E Mais duas laranjas e uma manga? Tu come, viu, Gilead.
 
E a raça que não perde a resenha pós-treino

         Hora do recovery. Banho de rioooooooo. Uma visita de última hora não permitiu que eu passasse mais de uma hora na água cristalina e geladinha da montanha.  Após o almoço, armei a cama no gramado pra dar um coxilo e me proteger do calor que foi forte pela segunda vez em 2017. Depois do cozido rico em costela de gado e de porco, carne charque, coxão duro, linguiças diversas e bacon, além das verduras, o sujeito dorme ainda que não tenha sono. E é bom descansar mesmo porque a  semana promete dureza. Novo ciclo no treinamento vem aí. Mais um degrau a ser subido nesse caminho pauleira que leva ao Ironman Brasil 2017. Que venha, então. 

Recovery

Resumo do treino
Distância: 70km
Tempo: 2h40
Vm: 26,4km/h
Ganho de elevação: 1.290m

8 comentários:

  1. Esse banho de rio ao final do treino é mesmo de dar inveja!

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  2. Hahaha. Manaus não perde, tem cada rio e cada banho de deixar qualquer um embasbacado, José.

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    1. Tem razão Gielad! aqui não temos o que nos queixar. Há abundância de oportunidades para bons banhos nos chamados igarapés, caracaterizados por ter águas escuras, normalmente, cor de coca-cola. Alguns são próximos a cachoeiras, por isso, apresentam águas bem frias, mesmo no verão intenso. O problema, ou nem tanto, é que os melhores ficam de 40 a 110 km da cidade, o que não me permite aproveitá-los nos meus treinos rotineiros de corrida. Porém, estou me animando a entrar no mundo do triathlon, e assim quem sabe, após um longão de bike, poder te plagiar e saborear um relaxante banho, pós treino.
      Grande abraço!

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    2. Está surgindo mais um triatleta? Aí em Manaus tem uma prova do Challenge. Vou me programar pra participar. Abração, amigo.

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    3. Bacana! Se vier mesmo por aqui, avisa, terei o maior prazer em dar todo o apoio que precisar!
      Grande abraço!

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  3. Show Gile! E a Julinha, creio que foi apenas força da expressão! Logo ela, que é triatleta desde as fotos preto em branco da Hercílio Luz rsrs. Sou fã de vc dois! Torcendo muito por ambos!!

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