domingo, 22 de janeiro de 2017

Tudo junto e misturado

Galera de diferentes assessorias papeando ao fim do treino
          Triatletas treinando. Esse é o grupo de triathlon criado para unir triatletas da Grande Florianópolis em torno do que eles mais gostam de fazer – treinar. Nele, todos são administradores. A ideia é compartilhar seus treinos e procurar parceiros pra treinar juntos. E não tem bandeira de assessoria. É tudo junto e misturado mesmo. Pelo whats, combinamos o pedal em São Bonifácio e marcamos pra sair às 7h do posto Serra Mar, às margens da BR-282, no município de Águas Mornas. 
Selfie com amigos da Time e da New Pace
         O ponto de encontro fica distante apenas 15km do meu Centro de Treinamento. Por isso, tal qual um enviado especial, às 6h16 posto uma foto pra o grupo informando as condições do tempo no local. Guilherme Cunha, Bicampeão latino-americano de Iroman, não demora a se pronunciar. “Topzera, chegando, dia de amassar o pedal”, brinca incentivando a raça.  
 
Triatletas da Iromind se preparando pra iniciar o pedal
         Tomo meu café com leite e desço com Geovanny até o Batlocal. Quando chego e vejo a quantidade de carros no estacionamento do Posto, sei que o pedal será show. Uma invasão de bicicletas na estrada está garantida. E quanto mais pedalantes, mais segurança. Os motoristas ficam mais atentos quando veem um grande número de ciclistas na rodovia. No triathlon, diferente do ciclismo, os treinos não costumam ser em pelotões. Um dos motivos é que as bikes de contrarrelógio usadas por nós são mais difíceis de controlar e é preciso mudar de posição no guidão na hora de frear. Por isso, quanto maior o bolo de triatletas, mais risco de queda. Outro motivo é que nas provas de longa distância é proibido o vácuo.  
Selfie com o parceiro Michael 
         Saímos em pequenos grupos. O clima está agradável e o sol aos poucos vai dizendo a que veio. Minha caramanhola com água e gengibre tem companhia – uma maçã cortada em duas metades. Inicio o treino ao lado no meu amigo Michael Bruggeman, o belga mais gente fina que conheço. “E quantos belgas você conhece, Gile?”, pergunta um leitor mais curioso. ‘Ah, não interessa’. Hahaha. Emparelhamos as bicicletas e vamos conversando. Quando começamos a subir a primeira serra, ele sente o peso de ter ficado um mês na Bélgica sem pedalar e avisa que vai diminuir a intensidade. É assim no triathlon, cada um tem seu treino; cada um tem seu ritmo. Saio do selim e pedalo por um minuto pra saber se a perna tá boa. Ôpa, hoje vai render. E rendeu. No quilômetro trinta tomo o primeiro gole de água. No setenta como uma banda de maçã e no oitenta mato a outra.
 
Guilherme Cunha comandando a turma da Just
         O Garmim indica que os 100km da planilha está finalizado. Estou chegando ao exato ponto de onde parti. Encosto a magrela na Kombathlon e registro no celular. Entro no posto pra tomar um isotônico e encontro uma galera se confraternizando. Só gente do bem. Aí as conversas são quase infinitas. É muito bom ver triatletas de diferentes assessorias juntos. Será que vai chegar o momento em que a maioria perceba que juntos somos mais fortes? Até quando vamos conviver com assessorias   blindando seus atletas como se fossem exércitos inimigos que não se falam nem quando cruzam uns com os outros na estrada? 
Meu grande amigo Lukinha, da Lukitri, virou a cabeça hoje - vlw pela foto, querido
         Parabenizo a turma da New Pace que estava no trecho hoje, ao pessoal da Just, ao representante da Time, aos colegas da Iromind e aos que não estão ligados a nenhum partido de triathlon. Àqueles que escolheram não se misturar, torço pra que repensem o comportamento. Quanto mais divididos, irmãos, mais fracos somos.
 
Roberto Waigartnen dá uma parada básica no alto da serra e registra 

         É hora de voltar ao CT pra acelerar minha recuperação. Riacho gelado e hidromassagem seguidos de churrasco, como bem disse minha amiga Sylvia Kreuger, da CPH, é um recovery que tá me deixando arretado. Hahaha. Sylvia, Charles, sentimos a falta de vocês hoje. 
Pode chover agora, o pão de queijo tá no forno
         Um temporal se levanta das bandas do Sul e me diz que o melhor é botar a rede nas costas. Não precisamos muito pra ser feliz. E quando a chuva bate forte, temos um pão de queijo no forno nos esperando pra encerrar um domingo perfeito.  
Fim dos 100km e as parceiras se reencontram
O Garmim não mente
Essa turma ainda teve pique pra um banho de rio

Geovanny puxando pelotãozinho na serra - foto do amigo Chibas


Resumo do treino
Distância: 100,8km
Tempo: 3h43km/h
Vm: 27,3km/h
Elevação: 1.474m

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