Se me ultrapassar no clip eu derrubo - sqn

Ainda tinha gente tirando a bike do carro

         Quando desço pra o café da manhã, Charles e Sylvia já se refestelavam no carboidrato. Geovanny pedalaria em jejum. Mesmo assim, fez um café com leite pra nós. Meu pedal hoje seria mais puxado – 100k nos alpes de São Bonifácio. Por isso, comi três ovos fritos com queijo pra aguentar melhor o tranco. Combinei com eles de sairmos do sítio às 6h40, pois o início do treino estava marcado para 7h no posto Serra Mar. Findo tendo que esperar um pouco e saímos atrasados. Chegamos ao posto às 7h07’. Nessas horas consigo ser mais flexível. Tem um ditado africano que cabe bem pra essas situações: “quer ir rápido vá sozinho, quer ir longe vá em grupo”. E, indo em grupo, é preciso, antes de mais nada, ser tolerante. No posto, encontramos cerca de trinta triatletas e ciclistas fazendo os últimos acertos em suas montarias. Uma festa só. Antes de sairmos, uma foto pra posteridade. Hahaha.

 

Charles e Geovanny chegando ao posto a bordo da Kombathlon - parceria do bem

         Os triatletas costumam fazer treinos de subida no início da temporada. É pra ganhar força. E São Bonifácio é uma ótima pedida. No início do pedal é uma converseira só. Aos poucos a estrada vai cobrando seu pedágio e as vozes diminuem . Quando finda a primeira serra, um ou dois extraterrestres continuam conversando. O restante só abre a boca pra encher os pulmões de ar. Daqui a pouco o Roberto se aproxima clipado e eu ameaço: “se me ultrapassar no clip eu derrubo”. Sqn. Quando fazemos o retorno, encontramos a Julinha. Voltando em ritmo firme no falso plano, eu e o Rodrigo trocamos umas ideias. Quando olho pra o lado pensando estar falando com ele, quem está na minha cola é ela, essa menina que este ano irá pra Kona – anote aí. Procuro voltar no passo deles dois. O tempo seco aumentou minha sede, e quando retornei pra mais um trecho, acabou a água de minha caramanhola. Rodrigo foi parceiro e me deu a dele. Ao fim dos 100k, entro no posto pra me hidratar. Uma latinha de coca-cola e um  gatorade fizeram a diferença. Essa é uma das pouquíssimas vezes que tomo refrigerante.

 

Henrique (camisa azul) e Lamartine aproveitando o pós-pedal

         Depois disso, vamos pra o sítio pra um churrasquinho na beira do riacho. Ficamos esperando o Geovanny chegar pra assumir a função, mas ele demora tanto que o Henrique finda dormindo numa rede que estava armada um pouco acima da água. “Olha a hora que a gente tá almoçando, Gile”, o Lamartine falou admirado. Olhei no relógio e era 15h40’. O sol e a água cristalina foram receptivos por demais conosco. Valeu a parceria, amigos. 

Charles garantiu que não faria careta

            Já dentro de casa, conversamos sobre a importância do cloreto de magnésio para o organismo. Lamartine fica interessado e aceita tomar uma dose. Sylvia e Charles entram na dança. Ela tenta tomar aos golinhos e quase desiste. Incentivo pra ela tomar tudo. Quanta careta, meu Deus do céu. Charles topa o desafio e garante que não vai fazer careta. Kkkkkkk. Lamartine, gaúcho de Santa Maria, acostumado a bebidas fortes, bebe tudo sem nem pestanejar. Pense num cara ignorante. Hahaha.

           Pra o lanche, quebro um coco seco. A noite tem pão de queijo pra eu me esbaldar num bom carbo. Bons amigos, boas parcerias e bons dias. Não precisa muito pra sermos felizes. 

Resumo do treino

Distância: 100km

Tempo: 3h39’

Vm: 27,3km/h

Ganho de elevação: 1.473m