Não vou mais me preocupar com a sapatilha

       

 

         Acordar com 20^o em pleno verão é um privilégio de quem está na região serrana da Grande Florianópolis. Despertei a tempo de evitar que o despertador berrasse comigo – eu havia programado o bicho pra 6h15. Chega uma hora que a rotina facilita as coisas quando o assunto é treinamento. A coisa fica automática. Se você tá fazendo o que gosta, ótimo. Visto a bermuda de ciclismo, coloco a cinta do Garmim, ponho a camisa e desço. Triatleta não usa meia pra pedalar, o que me poupa um item. Faço um café com leite e preparo o material pra o pedal. Na real, além da bike é só o capacete, a sapatilha e a caramanhola de água com gengibre. Anote aí: não vou mais me preocupar com a sapatilha. 

Lugar da sapatilha é no clip

        Domingo, enquanto conversava conosco no churrasco, Roberto Lemos disse como fez pra automatizar o movimento de soltar a sapatilha nas provas.  “Eu não tirava a sapatilha do clip”, afirmou. “Ela estava sempre presa no clip e se eu ia treinar tinha que subir descalço e calçar em cima da bike; pra descer era a mesma coisa e virou algo natural”, explicou o coach.  Bem, essa lição ele não precisa repetir.

     

Terneiro curioso

     Antes de começar a pedalar, vi que uns terneiros se aproximaram da bike e fiz uma foto. Ativei o cronômetro do relógio as 7h10’. O circuito de Santa Isabel era todo meu. Tinha 60km em Z3 (70-80% da FC) com alguma inclinação. Incluindo 4 tiros de 7’ com FC entre 80 e 85%.  Indo de uma ponta a outra do circuito, pego uma subida em cada final de percurso. Ou seja, a cada 5km, uma subida de 500m. O sol já me deu os cumprimentos e amenizou a friagem da manhã.  Como é bom pedalar em uma estrada sem movimento de carros. O treino rende do início ao fim. Vez por outra o vento forte dava uma chicotada e minha velocidade caía. Depois de uma hora, tomo os primeiros goles de água. Depois disso, vou bebericando a cada dez quilômetros. Quando o Garmim apita 60km eu desligo o cronômetro. Agora é só girar até chegar à Kombathlon. São 5km de giro, suficientes pra soltar a perna. Quando não faço isso, fico com a perna muito pesada depois.

Resumo do treino

Distância: 60,02km

Tempo: 2h01’53”

Velocidade média: 29,5km/h

Ganho de elevação: 1.126m

Aqui completei os 60km - foto tirada de cima da bike

          Chego em casa, pego uma banda de mamão, duas laranjas e uma manga e vou ao riacho comer o meu pós-treino, dar um mergulho e fazer hidromassagem. O tempo é curto, mas não abro mão da água geladinha depois da pancadaria. Faz parte de minha recuperação. É hora de subir e comer alguma proteína. Três ovos fritos na banha de porco acompanhado de presunto e queijo resolve a parada. E já está na hora de ir pra natação. Terças e quintas são os dias mais curtos pra mim quando estou no sítio e tenho que ir a Floripa nadar. No horário próximo ao meio dia os engarrafamentos são constantes e levo 1h30 pra chegar ao Paula Ramos – Clube onde a Iromind realiza seus treinos. 

     

Irominds no Paula Ramos

    Fico, em média, três horas dentro do carro. Compensa, entretanto. E o treino hoje foi pauleira. Meu amigo Cláudio não quis perder pra o Thomas, que estava na raia ao lado, e puxou os tiros de 75m em ritmo de competição. Este, por sua vez, não quis fazer feio na frente do amigo alemão que levou pra nadar conosco e deixou um pulmão dentro d’água. Se alguém tiver um coração pra vender, dá um toque porque o meu ficou na piscina. Hehehe

          Saio do treino e almoço dentro da kombathlon – salada, carne e frango. Quando chego ao sítio, um pão de queijo foi mais do que bem-vindo.  E por hoje chega de exercício. Na janta vai rolar um cuscuz no leite de coco com ovo caipira. Raros são os dias em que não como coco. Você sabia que em termos de valor nutritivo o coco só perde pra o leite materno e pra o ovo? Quarta é dia de intervalado de corrida e um bom carbo vem na hora certa. Amanhã tem mais.

No giro pra soltar a perna