quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

O pau pega e não "aliveia"

         
          Acordei um pouco mais tarde do que o habitual hoje. Já se aproximava das 7h. Isso porque o vento forte que soprava na madrugada ficou de brincadeira com as cortinas das janelas e me despertou por volta das 4h. Os galos, que não devem a ninguém e que não precisam marcar ponto em nenhuma repartição, cantavam alto em seus poleiros. Acho que isso confundiu meu cérebro e me deixou ligado. Demorei a retomar o sono. Por isso passei um pouco do horário. E meia hora faz uma diferença danada. Principalmente nas terças e quintas, quando tenho que descer pra Floripa após o pedal. É que às 13h tem natação com a equipe Iromind no Paula Ramos. Quando acordo, minha disposição está sempre nas alturas e estou pronto pra sair correndo, caso precise. Não fico me espreguiçando, rolando na cama e com vontade de dormir um bocadinho mais. Nada disso. Já coloquei a roupa de pedalar e desci pra o meu tradicional café da manhã - uma xícara de café com leite. Santa garrafa térmica. Botei a bike na kombathlon e desci o morro até o "meu circuito particular". Dá pouco mais de 1km de distância. 7h34'19", foi quando comecei o treino. O Garmim não mente. 
       
Kombathlon e Mamba Negra, inseparáveis
           
A planilha já havia me dito que eu tinha 60km pra fazer em ritmo forte. Começo sempre um pouco mais leve e vou forçando gradualmente. Treinar sozinho também tem suas vantagens. Sim, é você quem controla o esforço a ser feito. E quando o corpo começa a boicotar, a dizer que está sofrendo, lembro que não estou passeando de bicicleta, mas que isso é um treino e que deve ser encarado como tal. Funciona, viu. Conforme contei em outra postagem, costumo fracionar meu treino. No caso do pedal de 60km, imagino que tenho quatro trechos de 15km a cumprir. Quando venço a barreira dos 30km, minha cabeça entende que o treino se encaminhou pra sua parte final. Olha, meu tempo sempre melhora. Quando faltavam 10km pra acabar, vi que a velocidade começou a cair. Boicote do cérebro, logo detectei. 'Bora, Gile, acelera que isso é um treino e não cicloturismo', gritei mentalmente de mim pra mim mesmo. hahaha. Foram os 10km mais rápidos do treino. Quando o alarme do Garmim apontou os 60km, parei. Faço sempre assim. Sigo à risca o que meu treinador manda. Desliguei o equipamento e voltei 3km girando bem leve pra soltar a perna.  

Resumo do treino: 
Distância: 60,03km
Tempo: 1h52'51"
Ganho de elevação: 938m
Velocidade média: 31,9km/h
Mamão no pós-treino
         Não teve o tradicional banho de rio. Ahhhhhh, por que, Gile? Porque um carro pegou fogo 50m acima do meu sítio. Isso, fato inusitadíssimo. Os bombeiros foram chamados mas pouco puderam fazer. Muito combustível desceu pelo barranco e poluiu meu riacho. Sem problema, as coisas nem sempre são como desejamos. Comi a metade de um mamão, tomei um banho e, aí sim, fiz meu desjejum - ovos de galinha caipira com bacon e queijo. Às 11h já estava guiando a Kombathlon em direção a Floripa. Bora nadar, macacada.
         
Thomas Vonach é o da esquerda
          A natação com a Iromind, comandada pelo coach Roberto Lemos é sempre uma pedreira. E nadar é meu ponto mais fraco. Note que tem um "mais". hehehe. Outro dia um colega falou: "Gile tu é forte, viu". Respondi sem um pingo de falsa modéstia: 'Cara, sou um dos mais fracos da Iromind; mas acho que tem poucos treinando mais do que eu". Fico atento a todas as instruções do Rob, tentando entender o que ele passa pra que eu consiga executar da melhor maneira. Ora, não vou dirigir 165km pra ficar brincando de nadar. O pau pega e não "aliveia", como costumo dizer. Quando o Thomas Vonach está na piscina, Roberto manda o cara pra minha raia. Esse austríaco nada pra caramba e puxa o treino num ritmo muito forte. Posso morrer afogado, terminar o treino só com um pulmão, mas não arrego. Não tenho o resumo do treino porque não tenho paciência pra ficar ligando e deligando o Garmim na piscina. Daí fica difícil saber os tempos exatos que fiz em cada tiro, em cada série. 
         
Na minha esquerda, Ângelo; na direita, Cláudio
          Pior do que isso é nadar ao lado dos meus amigos Cláudio Eduardo e Ângelo Cavalieri. Nas séries de tiros, Ângelo faz o primeiro na morte. Parece uma Ferrari. Cláudio, por sua vez, faz um ou dois tiros fortes e guarda toda energia pra o último. Aí, meu amigo, é impossível acompanhar. Dois amigos que o triathlon e a Iromind me deram. "E os outros parceiros de treino, Gile?" Falo sobre cada um em outras postagens. Concluído o treino, é hora do almoço. Como duas bananas pequenas e uma generosa porção de verdura com duas sobrecoxas de frango e fígado. Frango com pele, com pele. Deu de treino por hoje. Agora é pegar a estrada e voltar pra o meu refúgio na montanha, onde o ar é puro e a cachoeira canta pra eu dormir. 
         Amanhã tem longo de corrida e preciso estar recuperado. Então bora deitar numa rede, botar as pernas pra cima e escrever um post pra o diário, bora. Vlw. Ah, mais tarde vai rolar um aipim na janta. Carboidrato pra aguentar a sexta feira. 

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